O desvelar do ciúme
Um respirar que se acelera de maneira tão sutil que quase não se vê chegando, mas quando toma o corpo fica perceptível a angústia da falta e carência. Sei que é um evento e me predisponho a lidar com ele. Rapidamente histórias sem-fim inundam minha mente na mesma brutalidade de um estouro de barragem. E este é outro aviso que estou a mercê do ciúme.
Farejo ele, meu corpo tende a responder tensionando a espinha e me colocando em alerta, em vigilância de que algum ladino está à espreita só esperando para enfiar seu punhal em meu coração. Fico como um cão que fareja algo errado e se treme de medo, mas mostra os dentes e o rosnado baixo e constante que sai de trás da garganta. Farejo lentamente a fim de reconhecer o que está a espreita.
Percebo que não é nada além de um velho amigo, que volta e meia vem para testar meus sentidos. Vem provocar com sua presença sorrateira e que perde toda a graça e a coragem quando é revelado. Agora que está posto é fácil executar. Corro e ladro contra o inimigo e mando ele embora. Tenho a possibilidade de atacar para ferir e eliminar, mas só afugento.
Esse é um velho amigo, lembro…